Saturday, April 10, 2010

V

Sem dormir. Eu já não dormia muito bem de qualquer modo, ou sequer, como lidar com isto? Como lidar com a confusão e memórias de cada vez que meto a chave à porta? Ou com o que sinto em qualquer parede das divisões desta casa?

Como lidar com as imagens que me assaltam, de como a acompanhei no adormecer final, de como antes ela me deu um adeus, tanto em casa como depois na hora de partir? Como lidar com um vazio e buraco negro que parece querer engolir qualquer ponta de luz que ainda possa restar por aqui?

Um animal não é menos do que nós, não há drama aqui, não existem exageros no sentimento e afirmação, várias vezes ditas frontalmente, que um dos pilares centrais da minha existência e motivação era a Nina. Ainda há pouco se falava ao telefone como toda essa relação, impossível de descrever diga-se, decorreu nestas paredes, que era notória a química e amor incondicional de ambas as partes. Era uma amiga, sim, no verdadeiro sentido, que sabe do que fala, ela própria tendo convivido com ela uns anos. Acabamos aos soluços e a dizer que não dá para acreditar nisto, que aconteceu.

Como lidar com isto? Não se lida, vive-se, até o peito latejar, sem certezas se irá sobrar algo posteriormente, ou mesmo dúvidas se o posterior virá a existir algum dia. O que antes já fazia pouco sentido, agora ainda menos faz e mesmo o que até parecia fazer algum, parece ter deixado de o fazer. Como é que me posso deitar naquela cama, puxar a colcha para trás, sem ela?

fdx, como?

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